Autismo
O Autismo Infantil foi descrito inicialmente por Kanner em 1943 quando ele identificou crianças apresentando prejuízos nas áreas da comunicação comportamento e da interação social e caracterizou esta condição como sendo única e não pertencente ao grupo das crianças com Deficiência Mental (SCHWARTZMAN, 2010, a.1, n.0, p.4)
Assim, em 1949, Kanner passou a nomear esta condição como uma síndrome, e referir-se à mesma como Autismo Infantil Precoce. As principais características descritas pelo psiquiatra continuam nos dias de hoje servindo de base para o diagnóstico do autismo. São elas: dificuldade de estabelecer contatos interpessoais, desejo obsessivo de manter uma rotina, fixação por objetos, alterações na linguagem. No entanto, formou-se a respeito do autismo a hipótese de que os pais eram do tipo “frio” e causadores da problemática de seus filhos. Atualmente, devido à enorme gama de estudos científicos, esta teoria foi descartada, documentando-se um comprometimento orgânico-neurológico central. Para os teóricos que entendem esse acometimento patológico a partir desse último viés, o autismo é um transtorno do desenvolvimento, logo uma terapêutica eficiente deveria partir não do princípio de que o autismo é um transtorno de personalidade onde as psicoterapias convencionais poderiam ajudar. Não há causas psicológicas, traumas, para se ir buscar. Há causas orgânicas que provocam um atraso no desenvolvimento. Não é uma doença. Também não é contagioso, nem, tanto quanto se sabe, pode ser adquirido por contato com o ambiente que rodeia a criança. É uma limitação de origem neurológica que, segundo se presume, está presente desde o nascimento repercutindo-se em comportamentos típicos, observáveis o mais tardar antes dos três anos. Embora todas as evidências científicas apontem para que o autismo resulte de uma perturbação do funcionamento e da estrutura cerebral, a causa específica mantém-se ainda desconhecida.