Aula inaugural de émile durkheim
Na aula inaugural do curso de Ciências Sociais, Durkheim iniciou seu discurso deixando claro, que a nova ciência (sociologia) apresentada, por ser jovem não pode ser muito ambiciosa. Para convencer os céticos não apresentaria uma imensa dissertação bem elaborada, pois isso nunca convencera um só incrédulo. Sendo assim, provaria ser possível a existência da sociologia mostrando na realidade, que ela existe e que ela vive.
Durkheim afirmou que o motivo pelo qual tal ciência era impedida, de maneira radical, de se constituir, era o fato de que vários trabalhos dos teóricos influentes, anteriores ao século XIX, defendiam que a sociedade era uma obra humana. Visão que sabemos ser dos “contratualistas”. Segundo eles, os homens passaram a viver juntos porque acharam que seria útil e bom; foi um artifício imaginado para melhorar sua condição, ou seja, o próprio homem a teria inventado e instituído. Rousseau deseja que seja obra de todos, ao passo que Hobbes defende que teria sido de um só. O fato é que teria saído inteiramente de nosso cérebro, de nossa imaginação.
A sociedade torna-se um instrumento cômodo, o qual pode ser modificado segundo nossos desejos, podendo ser destruída ou transformada. Basta para isso que queiramos.
Não haveria nada na natureza do homem que o predestinasse necessariamente à vida coletiva.
A ideia da sociedade como fato natural não é recente, mas essas ideias não tinham influência suficiente para prolongarem-se no tempo. Apareceram em raros intervalos, depois desapareciam. Exemplo disso foi Aristóteles (que ficou quase sem seguidores), Montesquieu e Condorcet, sec. XVIII.
ECONOMISTAS
Os economistas foram os primeiros a proclamar que as leis sociais são necessárias tanto quanto as leis físicas, fazendo deste axioma a base de uma ciência. Quanto às leis civis, estas devem apenas exprimir, sob uma forma sensível e clara, as leis naturais, não podem nem criá-las nem mudá-las. Em outras palavras, não se pode dar valor