Fatores inatos e biológicos na formação da sociedade
Sua influência na formação da educação e da sociedade
Para Durkheim, diferentemente de de Locke e Helvetius, que acreditavam que “todos os homens nascem iguais e com aptidões semelhantes; só a educação os diferencia”, diz que a educação “não tira o homem do nada”, mas sim, age sobre as disposições, faculdades, presentes na criança, sendo estas inatas, sendo estas, na verdade, muito flexíveis e gerais, sendo que o tipo de predisposição imutável, que não permitira a ação de fatores externos seria o instinto. Mas o instinto, para Durkheim, se classifica como “um sistema de movimentos determinados, [..], se encadeiam automaticamente até que cheguem ao seu termo natural, tudo sem que a reflexão possa intervir.” Por isso, ele classifica, então, o que comumente se chama de instinto, como sendo na verdade tendências. Essas tendências, por sua vez, se dariam de forma diferente de indivíduo para indivíduo e de situação para situação. Um desses “instintos” ou “tendências” comumente conhecidos e reforçados é o do instinto materno. No artigo de Fábio de Oliveira, do Uol, que entrevistou três especialistas, sendo uma antropóloga, uma psicóloga e um fisiologista, o instinto materno seria menos ainda: ele sequer existiria. Um dos fatores que faz com que a crença do instinto materno perdure é acreditar que fatores biológicos determinam e são muito mais influentes, muitas vezes, mais do que eles são de fato e descartar outros fatores, por exemplo, fatos sociais, como a influência da educação tenha sobre essas coisas, dando a esses fatores uma atenção maior do que a devida. Para Durkheim, à esses fatores sociais deveria ser dispensada uma atenção maior exatamente por estes suprirem e explicarem o que a biologia, ou seja, os fatores biológicos não dão conta de explicar, exatamente porque os homens e as sociedades que estes constroem são muito mais baseadas nestes do que nos fatos biológicos. Ou seja, neste caso, quer exista ou não o