Atuação da terapia ocupacional com o encarcerado
INTRODUÇÃO
Uma instituição carcerária é, segundo Goffman (2003), uma instituição total, onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, leva uma vida fechada e formalmente administrada, e seu poder disciplinar reside na prática da manipulação do tempo e do espaço.
Quando se refere ao cárcere, a primeira visão é a de um lugar fechado, sob constante vigilância, apresentando características arquitetônicas que objetivam manter excluídas da sociedade pessoas que não obedeceram o sistema de regras que delineiam o convívio social. Por tais características o cárcere se constitui como uma instituição total dificultando o contato entre o internado e o mundo exterior (NASCIMENTO e TAKAHASKI, 2005).
Sendo assim, para Calhau apud Nascimento e Takahashi (2005) num primeiro plano, o indivíduo admitido no cárcere é despido de sua aparência usual; processo este denominado despersonalização, ou seja, “o indivíduo não é mais um indivíduo, ele passa a ser uma engrenagem do sistema da instituição e estará sujeito a obedecer todas as regras dessa instituição.”
Diante desse contexto destaca-se a importância do Terapeuta Ocupacional com enfoque social, atuando diretamente com esses indivíduos, visando diminuir assim a vulnerabilidade na qual o indivíduo em cárcere se encontra, visto que no Sistema Prisional, o terapeuta ocupacional tem seu tratamento voltado para as questões de integração e reinserção social; busca ações que visam introduzir os internos às práticas reais da vida cotidiana, trabalhando para a desinstitucionalização do interno, visando seu retorno à sociedade. Busca projetos orientados para novas formas de sociabilização, de narrativas de vida, de reconstrução do “eu” confinado, propondo novos percursos no enfrentamento da exclusão social (VIEIRA, 2010).
1. O CARCERE Segundo Thompson apud Nascimento e Takahashi