Atuar na degradação
Segundo Amorim e Cordeiro (2004), apesar desses impactos atingirem o ambiente como um todo, eles se refletem, de maneira acentuada, nas áreas urbanas de fundo de vale. Isto porque estas regiões possuem características ambientais importantes, tendo influência direta, sob vários aspectos, nos recursos hídricos que cortam as cidades e o seu entorno. Na definição de Cunha e Guerra (1995), fundo de vale pode ser entendido sob o ponto de vista dos tipos de leitos de rio ou riacho, de canal e de drenagem. Dessa forma a ocupação antrópica inadequada dessas áreas gera uma cadeia de impactos ambientais, que passa pela impermeabilização do solo, por alterações na topografia, erosão das margens e assoreamento dos cursos d’água, perda das matas ciliares, diminuição da biodiversidade, aumento do escoamento superficial, etc. (AMORIM; CORDEIRO, 2004).
Os fundos de vale estão perdendo sua função básica, que é a de estabilizar as margens dos cursos d’água e promover a manutenção da qualidade da água, pre¬judicando a fauna e a flora local, ocorrendo assoreamento e enchentes. Segundo Trabaquini e colaboradores (2009), o monitoramento dessas irregularidades é de difícil acompanhamento. Para isto, técnicas de geoprocessamento e sensoriamen¬to remoto vêm sendo empregadas, auxiliando os órgãos públicos na aplicação da legislação.
A ocupação irregular em áreas de fundos de vale ocorre em muitas cidades brasileiras de médio e grande porte, sendo este um problema bastante grave, pois não se trata apenas da preservação ambiental destas áreas, mas, sobretudo de um problema socioeconômico que reflete as questões de moradia do país e atinge diretamente uma parcela da população que não tem acesso a este direito (FALCÃO; PINHEIRO;