Eutrofização
Lançamento de esgotos: uma ameaça à integridade ecológica e sanitária de ecossistemas aquáticos continentais
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1. Introdução No Brasil, a degradação dos ecossistemas aquáticos continentais por esgotos é a forma de impacto mais freqüente. Os esgotos podem ter duas origens principais: as residências (esgoto doméstico) e as indústrias (esgoto industrial). Além da origem, o esgoto doméstico e o industrial se diferenciam também pela composição química. Considerando as fontes domésticas e industriais, calcula-se que são lançados, diariamente, cerca de 10 bilhões de litros de esgotos nos rios, lagoas e represas brasileiras. Desse total, 92% não sofrem nenhum tipo de tratamento. O restante (8%) sofre apenas tratamento primário (tratamento mecânico), responsável apenas pela retirada de materiais grosseiros. Poucos são os casos em que ocorre o tratamento secundário (tratamento biológico), no qual ocorre a redução da concentração de matéria orgânica. No caso dos esgotos industriais, sua composição é fortemente influenciada pelo tipo de atividade que os gerou. Em uma indústria de cromagem, por exemplo, a principal característica será a presença de elevadas concentrações de metais pesados. Já em uma indústria de beneficiamento de carnes, a elevada concentração de matéria orgânica ditará a característica do esgoto. Os esgotos domésticos caracterizam-se pela elevada concentração de matéria orgânica, composta principalmente por proteínas, carboidratos e gorduras, entre outros compostos orgânicos. Tanto os esgotos domésticos como os industriais podem causar dois tipos principais de degradação nos ecossistemas aquáticos: a degradação sanitária e a degradação ecológica.
2. Degradação ecológica (eutrofização artificial) dos ecossistemas aquáticos continentais por esgotos
Os ecossistemas aquáticos passam por um processo lento e contínuo de enriquecimento por sais minerais, principalmente nutrientes compostos de