Atividade física e cardiopatia
INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos e sua ocorrência tem aumentado de forma epidêmica nos países em desenvolvimento [1]. Essas doenças, na realidade brasileira, ocupam a liderança das causas de morte e de internação hospitalar, correspondendo a 32,6% dos óbitos de causa determinada. Os efeitos favoráveis da atividade física são tão expressivos e multifacetados que nos permitem afirmar existir muito poucos procedimentos farmacológicos ou intervencionistas, se houver algum, capazes de interferir tão importantemente na modificação de um universo tão amplo de fatores de risco cardiovascular. O quadro 2 nos apresenta os mais importantes efeitos favoráveis cardiovasculares da atividade física. Há quatro décadas, ao cardiopata era recomendado o repouso. Naqueles anos 60, o paciente com infarto do miocárdio permanecia 30 dias sob internação hospitalar e guardava repouso por mais 30 ou 40 dias após a alta, mesmo se as sequelas fossem mínimas. Nos anos 70, ao paciente com doença coronariana passou-se a recomendar a caminhada e a partir de então, tornou-se indiscutível o papel da atividade física para esses pacientes, inclusive se incentivando exercícios de maior intensidade e de outras modalidades, como a aplicação de exercícios com utilização da força muscular, particularmente para o idoso, quando a osteoporose e a sarcopenia, ou seja, as perdas da concentração óssea e da massa muscular, respectivamente, tornam-se mais intensas e progressivas, podendo ser prevenidas com a inclusão de exercícios de fortalecimento muscular.
O QUE É CARDIOPATIA?
O termo cardiopatia é uma designação genérica que abrange todas as patologias que acometem o coração. As cardiopatias dividem-se por quatro tipos genéricos: congênitas, das válvulas, do miocárdio e infecciosas. A cardiopatia congênita ocorre através de situações crônicas, esse tipo de cardiopatia pode ser resultado de complicações