Atividade Animal e ação intuitiva
Os animais que se situam nos níveis mais baixos da escala zoológica de desenvolvimento, como, por exemplo, os insetos, têm a ação caracterizada sobretudo por reflexos e instintos. A ação instintiva é regida por leis biológicas, idênticas na espécie e invariáveis de indivíduo para indivíduo. A rigidez dá a ilusão da perfeição quando o animal, especializado em determinados atos, os executa com extrema habilidade. Não há quem não tenha ainda observado com atenção e pasmo o "trabalho" paciente da aranha tecendo a teia. Mas esses atos não têm história, não se renovam e são os mesmos em todos os tempos, salvo as modificações determinadas pela evolução das espécies e as decorrentes de mutações genéticas. E mesmo quando há tais modificações, elas continuam valendo para todos os indivíduos da espécie e não permitem inovações, passando a ser transmitidas hereditariamente. Em certas aves chamadas tentilhões, o hábito de fazer ninhos típicos da espécie é tão fixo que após cinco gerações em que essas aves eram criadas por canários, ainda continuavam a construí-los como antes. O psicólogo Paul Guillaume explica que um ato inato não precisa surgir desde o início da vida, pois muitas vezes aparece apenas mais tarde, no decorrer do desenvolvimento: andorinhas novas, impedidas de voar até certa idade, realizam o primeiro vôo sem grande hesitação; gatinhos não esboçam qualquer reação diante de um rato, mas após o segundo mês de vida aparecem reações típicas da espécie, como perseguição, captura, brincadeira com a presa, ronco, matança etc. Na verdade os instintos são "cegos", ou seja, são uma atividade que ignora a finalida de da própria ação. A vespa "fabrica" uma célula onde deposita o ovo junto ao qual coloca aranhas para que a larva, ao nascer, encontre alimento suficiente. Ora, se retirarmos as aranhas e o ovo, mesmo assim o inseto continuará realizando todas as operações, terminando pelo fechamento adequado da célula, ainda que