AT e Terapia em Grupo
O Acompanhamento Terapêutico (AT) é considerado uma prática na área da saúde que tem como principal característica o fato de ser uma atividade que não fica restrita ao espaço físico de uma determinada instituição - hospital, consultório ou escola, por exemplo. Ele resgada o direito do cidadão de ser social e também de circulação mundana, porque traz para o convívio social, para que haja articulação com as esferas de produção material e simbólica da vida e na busca de espaços culturais, locais dos quais as formas de existência psiconeuróticas tem grande voz, aqueles que estão excluídos por conta de seu adoecimento, internação ou outros fatores. (Carvalho,2004.)
Essa multiplicidade aparece também no modo de problematizar o acompanhamento terapêutico como uma prática no campo da saúde, que pode ser tanto tomado como um programa quanto como uma estratégia de intervenção. Na área da saúde, tem inicialmente a lógica do programa - caracterizada por demarcar funções, lugares e hierarquias no trabalho terapêutico -, mas aponta, ao mesmo tempo, a necessidade de se pensar essa prática como uma estratégia de produção de novos sentidos, já que nem todas as necessidades dos mesmos locais podem ser supridos com as mesmas técnicas. É necessário que as mesmas variem.
No Brasil, o desenvolvimento e criação do AT começou com a configuração dessa prática na Clínica Pinel (ou "Associação Encarnación Blaya - Clínica Pinel") em Porto Alegre, criada em 1960 por Marcelo Blaya. Desde que foi fundada, houve a implantação de vários programas como socioterapia, grupos operativos, ambientoterapia, reuniões comunitárias, além de ocorrer a implicação e o reconhecimento da participação do psicólogo e do assistente social nas equipes de trabalho, coisas das quais eram consideradas inovadoras.
Havia também a presença do agente especifico, denominado atendente psiquiátrico, que era responsável por acompanhar o paciente para representar a instituição quando fora dela,