Cocaína
Introdução
Nos últimos anos, a tendência social para o uso da cocaína está mudando. Seus efeitos sociais e médicos vêm aumentando em muito, devido a introdução, na sociedade, do "crack". O crack veio abranger uma faixa social que a cocaína não tinha atingido, visto que é mais fácil de ser adquirido, atingindo, assim, a maioria da população de baixa renda.
Estima-se que cerca de 30 milhões de americanos já fizeram uso de cocaína, com 5 milhões usando-a rotineiramente e 5.000 em uso diário.
Farmacologia e Mecanismo de Ação
A cocaína (benzoylmethileconina C17 H21 NO4) é um alcalóide preparado a partir de folhas de coca, sendo sua forma cristalina preparada a partir da dissolução do alcalóide em ácido hidroclorídrico para formar um sal solúvel em água-cocaína hidroclorídrica. O crack é obtido a partir da forma básica alcalóide da cocaína, sendo extraído da cocaína hidroclorídrica através do uso de solução alcalóide com éter.
A cocaína é absorvida por todas as mucosas corporais, incluindo pulmões, nariz e trato gastrointestinal. Pode ser administrada através de várias vias: sublingual, intravaginal, retal, intramuscular, intravenosa e respiratória.
O efeito inicial da droga começa com 3 a 5 minutos, o pico é de 10 a 20 minutos e a duração do efeito é de 5 a 90 minutos, todos dependentes da via administrada. Quando administrada por via venosa, o efeito da cocaína é atingido segundos após, e sua meia-vida é de 30 a 60 minutos. Sua metabolização é feita no plasma e também por colinesterases hepáticas, tornando solúvel em água a benzoyleconna ester de metil, que será excretada na urina.
Estudos vem demonstrando que a cocaína bloqueia a reabsorção da norepinefrina e dopamina nas terminações simpáticas pré-ganglionares, aumentando, assim, a concentração sináptica dessas monoaminas acessíveis a ligações a receptores adrenérgicos. A estimulação à receptores beta-adrenérgicos ativa a adenilciclase, aumentando o AMP e Ca++,