Assédio Moral no Trabalho: uma análise interdisciplinar
Autoria: Ricardo Lebbos Favoreto, Gabriela Lebbos Favoreto, Christopher Hellbrugge, Stela Ribeiro Faria de
Miranda, Cristiane Vercesi Cruciol, Aleksander Roncon, Jaqueline Lebbos Favoreto
Nos últimos anos, muitos foram os estudos realizados que tiveram por objeto de análise a saúde do trabalhador, o principal personagem do processo administrativo. A humanização do ambiente de trabalho passa pela discussão dos diversos pontos anômalos que o afetam.
Primordial, então, abordar um fenômeno que assola as organizações, prejudica o trabalhador, e, por conseqüência, gera um ônus social a ser suportado por um conjunto muito maior de agentes: trata-se do assédio moral no trabalho. Pretende-se aqui, como contribuição aos estudos sobre o tema, refletir sobre o ambiente no qual o fenômeno ocorre – o indivíduo que opera no sistema e os valores pelos quais a sociedade preza -, bem como apontar os elementos conceituais próprios e correlatos referentes, destacadamente a reação da vítima sob a perspectiva psicológica do estresse e o nexo causal. Por fim, a título ilustrativo, expõe-se um grande caso publicitário, que quiçá represente, pela sua vultosidade, um marco no modo como as organizações vêm tratando o assédio. Após, um relato diretamente da fonte mostra, in casu, pelo que passa a vítima do assédio, e qual sua visão do fenômeno. Intenta-se, com o reforço de um ciclo de estudos nesse campo, contribuir para um tratamento cientifico do tema sob análise, pois o primeiro passo para se expurgar alguma coisa do nosso meio é conhecê-la bem.
1 INTRODUÇÃO
Por certo, o assédio moral no trabalho não é um fenômeno recente. Desde que haja trabalho e a perversidade de um trabalhador, está potencializado o campo para a ocorrência do assédio. Tomando em consideração que tanto um quanto outro ingrediente acontecem há muito tempo, poder-se-ia arriscar, especulativamente, a afirmação de que o assédio deve ter surgido