Assedio sexual
A educação infantil é um segmento de escolaridade extremamente fértil em relação à construção de novos comportamentos, sejam eles sociais, afetivos ou cognitivos, sendo a criança dessa faixa etária capaz de estabelecer relações complexas entre os elementos da realidade que se apresenta. Assim, freqüentar uma classe de educação infantil significa para a criança, além da convivência com seus pares, ter acesso a muitas oportunidades para a construção de novos conhecimentos, graças às ações que exercerá sobre o mundo real. Dentre os conhecimentos que devem ser construídos nessa etapa da escolaridade, aqueles relativos à matemática ocupam um lugar de destaque, uma vez que estão presentes em muitas das atividades cotidianas realizadas pelas crianças, por exemplo: dividir porções de lanche, distribuir materiais entre os colegas, calcular a distância entre sua posição e um alvo a ser atingido, pensar no trajeto mais curto para se deslocar de um lugar a outro. Numerosas pesquisas têm apontado a relevância do trabalho de matemática para crianças a partir de três anos, especialmente no que diz respeito à construção da noção de número, seja no que se refere ao aspecto conceitual, seja em relação à compreensão do sistema de notação numérica, podendo-se destacar, entre elas, Zunino (1995), Lerner e Sadovsky (1996), Nunes (1997) e Bideaud (1991). Todas essas pesquisas têm demonstrado que as crianças, desde muito cedo, elaboram conhecimentos sobre matemática, o que vai ao encontro de nossa experiência profissional na observação de brincadeiras, conversas, resolução de situações-problema que se apresentam no dia-a-dia dos alunos da educação infantil. O que fazer, por exemplo, quando há mais pessoas do que lugares à mesa? Onde se posicionar para que a bola acerte o cesto? Como dividir entre os amigos as balas?
Não parece acertado qualificar a matemática como uma disciplina formalizada que deveria ser reservada apenas aos anos seguintes da