ASSEDIO MORAL
Comportamentos hostis, repetitivos e prolongados no contexto de trabalho são características centrais do que se tem denominado assédio moral, tema bastante explorado na literatura estrangeira desde a década de 1980 (LEYMANN, 1996). Esta problemática também é abordada em pesquisas brasileiras desde os anos 2000. Entretanto, ainda são poucas as referências sobre o processo de intervenção nestes casos, embora no cotidiano organizacional observe-se a busca por soluções, tanto visando ao enfrentamento, como a prevenção. Para Einarsen (2000), embora tenha ocorrido uma proliferação de pesquisas na Europa desde a década de 1980, em 2000 o campo do assédio moral no trabalho ainda se encontrava na sua infância, especialmente no que se refere aos procedimentos de enfrentamento e gerenciamento. Segundo o mesmo autor, alguns programas de prevenção e intervenção foram descritos na literatura (ADAMS; BRAY, 1992; EINARSEN; RAKNES; MATTHIESEN, 1994; KAYE, 1994; LEYMANN, 1990, 1991, 1992; RESCH; SCHUBINSKI, 1996), mas nenhum deles se baseou em um modelo teórico bem fundamentado e testado. Mesmo considerando as evoluções em relação ao conceito e aos instrumentos diagnósticos do assédio moral, os relatos de intervenções são escassos e não há suficientes estudos de avaliação formal dos resultados e da eficácia destas intervenções (BESWICK; GORE; PALFERMAN, 2006). No Brasil, especialmente, as intervenções voltadas ao tratamento ou à prevenção das situações de assédio moral são incipientes.
Não menos importante é o fato, consensualmente estabelecido na literatura internacional, de que o assédio moral no trabalho vem crescendo no mundo todo, na esteira das transformações e das pressões no mundo do trabalho (SHEEHAN, 2004).
Além dos danos que pode trazer ao indivíduo assediado e aos colegas de trabalho (testemunhas), há um reconhecimento de que o assédio moral e a violência no trabalho são nocivos à funcionalidade do local de trabalho (DI MARTINO, 2002). Este panorama