aspectos linguisticos da libras 09
Para esta aula, está reservada a exposição e reflexão sobre fenômenos linguísticos específicos das línguas de sinais. Nesse sentido, se os tópicos aqui abordados encontram “equivalentes” nas línguas orais, são de natureza, e muitas vezes, funcionamento diverso. Alguns fatos, como você verá, nem sequer apresentam um “equivalente” distante. Neste momento, interessa observar as particularidades das línguas de sinais e, consequentemente, da Libras nos seus diferentes níveis de análise, pois, conforme você poderá constatar, alguns fenômenos linguísticos das línguas de sinais se manifestam de forma interdependente e em mais de um nível de análise, com papéis diferenciados em cada nível. Por motivos de análise linguística e exposição didática, os conteúdos tratados são apresentados de maneira independente, mas você perceberá, estudante, como eles se entrelaçam.
O uso do espaço
Por serem línguas espaço-visuais, os usuários das línguas de sinais empregam o espaço linguisticamente. Por meio dele, relações fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas podem ser estabelecidas. Contudo, esse espaço de que se fala não é todo e qualquer espaço, mas sim o espaço empregado para a articulação dos sinais, o qual compreende uma área definida à frente do corpo, que se estende do topo da cabeça do sinalizador até o seu quadril, como representado na ilustração a seguir:
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
203
IESDE Brasil S.A. Adaptado.
Apontamentos úteis ao cotidiano do tradutor-intérprete
z
100
y
-100
100
80 x Figura 1 – Representação do espaço de sinalização.
A ilustração acima pretende representar o espaço empregado como recurso linguístico nas línguas de sinais. Convém observar que ele abrange o próprio corpo do sinalizador. Nessa perspectiva, a realização de um mesmo sinal em pontos diferentes do espaço, como você constatará mais à frente, pode