Ascensão do dinheiro
Em 2006, a produção económica mundial valia cerca de 47 trilhões de dólares, ou seja, 47 seguido de 12 zeros..O valor total dos mercados de ações e títulos era de aproximadamente 119 trilhões de dólares, mais do que o dobro. E o impressionante montante da estranha nova forma de finanças conhecido por "derivativos", era 473 trilhões de dólares,10 vezes mais. No Verão de 2007, parecia que a Terra se tinha transformado no Planeta Finanças. O mundo estava interligado, não apenas por cabos, cargueiros ou aviões a jacto, mas por mesa de operações e bancos de investimento internacionais. Nesta série, vimos como os mercados de crédito, títulos, ações, seguros e imobiliários, evoluíram na Europa e na América do Norte. Agora, é hora de contar a história de como essas inovações financeiras conquistaram o mundo. Esta é a história da globalização financeira. A globalização é algo que já faz parte do nosso dia-a-dia. Porém, apesar de todas as vantagens de um mundo interligado, perfeitamente exemplificado pelo impressionante e agitado porto de Hong Kong, existe um aspecto negativo na globalização: a sua vulnerabilidade. Vulnerabilidade aos choques financeiros, porque as finanças não são uma ciência exata, e vulnerabilidade às forças políticas que estão fora do controlo dos banqueiros. A ascensão do dinheiro raramente foi tranquila. Por várias vezes, viu-se pontuada por grandes e dolorosas crises. Há apenas 10 anos, parecia que estas crises tinham uma maior probabilidade de acontecerem mercados emergentes como a Ásia. Hoje é o Ocidente que se vê atravessando uma grave crise de crédito, enquanto a Ásia mal parece ter sido afetada. Na verdade, um novo fenómeno que define o atual mundo da economia: os mutuários norte-americanos recorreram aos economizadores chineses, uma relação simbiótica entre a China e a América a que eu chamo "Chimérica". Mas será que podemos estar certos de que a Chimérica irá salvar esta era de