As Virtudes do Conflito pronto
É extremamente importante a distinção entre o assédio moral no ambiente de trabalho e o conflito. Não é considerado assédio moral o estresse profissional, a pressão no trabalho, o conflito velado e o desentendimento, pois não visam fim maléfico, não há perseguição à pessoa, qualquer um que for exercer a mesma atividade sofrera um desgaste psicológico.
Essa linha de pensamento é abarcada pela psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, para ela uma relação de conflito, por si só não pode ser considerada como assédio moral. O conflito traz virtudes, pois as recriminações de alguma maneira ou de outra são faladas, ao passo que quando se trata de assédio moral, nenhum conflito é estabelecido - por trás de todo o assédio existe o não falado e o escondido. Além do mais, no conflito, há uma relação mais ou menos simétrica entre os sujeitos envolvidos, enquanto que no assédio moral, por mais que ocorra entre colegas ou em nível ascendente, existe sempre uma relação de dominação psicológica do agressor em relação à vítima.
Segundo Desembargador Francisco das Chagas Lima Filho:
O assédio moral é constituído por condutas abusivas de superiores hierárquicos sobre subordinados, ou destes sobre aqueles (assédio vertical, descendente ou ascendente) ou de colegas (assédio horizontal), que cria um ambiente de degradação no entorno laboral, tornando extremamente penoso e, às vezes, insuportável ao trabalhador a continuidade da relação de trabalho ou emprego.
A partir dessa diferenciação do que é assédio moral e um simples conflito, pode ser inferir que assédio moral no trabalho, ainda nas palavras de Hirigoyen:
O assédio moral no trabalho é definido como qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho.
Referencias: LIMA FILHO, Francisco das Chagas. O