As Tic e a aprendizagem

Introdução

O nosso trabalho tem como objeto de estudo a temática da fluência da leitura. A escolha deste tema prende-se, por um lado, com a curiosidade que este despertou no grupo pela sua pertinência e atualidade, e por outro, pela importância que a leitura representa, em termos de competências educacionais, cognitivas e sociais, imprescindíveis à vida de qualquer ser humano em sociedade.
O processo inicial de aprendizagem da leitura não se constitui como simples nem rápido para um número significativo de alunos. Apresenta-se muitas vezes, como um processo complexo, lento e moroso, causador de sentimentos de frustração e constrangimentos e que se refletem ao longo da vida diminuindo perspetivas futuras.
Como sugerem vários investigadores nacionais e internacionais ( e.g., Sim – Sim, 1997; Morais, 1997; Nacional Reading Panel, 2000 e Shaywitz, 2003), a leitura é uma competência básica na sociedade atual que, tal como outras atividades linguísticas é um processo altamente complexo que se prolonga ao longo de todo o percurso escolar e até da vida da pessoa, pois aprender a ler é um processo a longo tempo. (citado por Cruz, 2007, p.1). Alguns investigadores vão mais longe e dizem-nos que para além de ser uma preocupação educativa fundamental nas escolas de hoje, o ensinar e o aprender a ler é também uma questão de saúde pública (Cruz, 2007).
Dependendo da formação e perspetiva dos investigadores, encontramos diferentes explicações para um mesmo fenómeno – a leitura, cada uma delas com um contributo particular e original mas ao mesmo tempo incompleta mas, que no conjunto se complementam. A abordagem neuropsicológica por exemplo, está mais orientada para aspetos intrapsíquicos, negligenciando aspetos intragrupo e intergrupo, mais do foro social e sociocultural. Uma outra abordagem prende-se com os aspetos socioculturais associados à leitura, pois ser leitor significa muito mais do que ser capaz de dominar um código escrito, tratando-se sim do domínio de uma