As teorias dos movimentos sociais
No Ocidente, nos anos 1960, o termo “movimentos sociais” foi cunhado para designar multidões bradando por mudanças pacíficas, desinteressadas do poder do Estado.
A era clássica das teorias dos movimentos sociais
Dos anos 1930 a 1960, a sociologia lançou baldes de água fria nas teorias da revolução: desmobilização política.
A chave explicativa da desmobilização política estava na cultura. O argumento disseminado era que o individualismo exacerbado da sociedade moderna teria produzido personalidades narcísicas, voltados para a autossatisfação e de costas para a política. A mobilização coletiva eclodiria apenas como irracionalidade ou como explosão reativa de frustrações individuais.
A tese da desmobilização foi posta a prova nos anos 1960, quando ocorre a mudança de cenário e ressurgem mobilizações tanto na Europa quanto nos EUA. Não se baseavam em lutas de classe, e sim em etnia, gênero e estilo de vida. Também não visavam reforma política, no sentido da tomada de poder de Estado.
Eram movimentos solidários e ordeiros, e não cabiam nos grandes sistemas teóricos do século XX: o marxismo e o funcionalismo. Tratava-se de ações coordenadas de mesmo sentido acontecendo fora das instituições políticas. Eram jovens, mulheres, estudantes, profissionais liberais, sobretudo de classe média, empunhando bandeiras em princípio também novas: não mais voltadas para as condições de vida, mas para a qualidade de vida. Eram movimentos sociais.
Nos anos 1970, três famílias de teorias dos “movimentos sociais” se apresentam:
Teoria de Mobilização de Recursos:
Contra o funcionalismo, defende que movimentos como o por direitos civis nos EUA tinham sentido e organização. Contra as versões economicistas do marxismo, argumenta-se que descontentamentos e motivos para a mobilização sempre existem.
Não leva em conta a emoção: a decisão de agir seria ato de deliberação individual, resultado de cálculo racional entre