As tensões constitutivas da prática antropológica

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As tensões constitutivas da prática antropológica

O Dentro e o Fora

Dentro: Uma pulsação bastante específica ritma o trabalho de todo etnólogo. O primeiro tempo é o da aprendizagem através de um convívio assíduo e de uma verdadeira impregnação por seu objeto. Trata-se de interpretar a sociedade estudada utilizando os modos de pensamento dessa sociedade, deixando-se, por assim dizer, naturalizar por ela.
O Concreto e o Abstrato

1. É notadamente o caso do evolucionismo que dissolve a alteridade na unidade, pois, como vimos, o "primitivo" não é visto como sendo realmente diferente de nós. Encarna a forma social ultrapassada do que fomos outrora, e é utilizado como a ilustração de um processo único que sempre conduz ao idêntico.
Encontramos no conjunto do campo antropológico um certo número de tensões importantes, opondo a universalidade e as diferenças, a compreensão "por dentro" e a compreensão "por fora", o ponto de vista do mesmo e o ponto de vista dos outros. Mas essas tensões são verdadeiramente constitutivas da própria prática da antropologia. Esta última só começa a existir a partir do momento em que o pesquisador se entrega a um confronto entre esses diversos termos, vive dentro de si essas tensões, frequentemente polêmicas, esforça-se em pensá-las e dar conta delas (Laplantine, 2003, p. 149).

A Unidade e a Pluralidade

Fazer antropologia é segurar as duas extremidades da cadeia e afirmar com a mesma força:

Existe, como escreve Mauss, uma "unidade do gênero humano";

Tal costume, tal instituição, tal comportamento, estranhos a minha sociedade, são realmente diferentes.

As tensões constitutivas da prática antropológica
Fora: De fato, o que vivem os membros de uma determinada sociedade não poderia ser compreendido situando-se apenas dentro dessa sociedade. O olhar distanciado, exterior, diferente, do estranho, é inclusive a condição que torna possível a compreensão das lógicas que escapam aos atores sociais. Ao familiarizar-se com o que de início

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