As sereias do ensino eletrônico - paulo blikstein (resumo)
Em a Odisseia de Homero Ulisses pede para ser amarrado ao mastro do navio para poder ouvir o irresistível canto das sereias sem ser encantado e devorado por ela. Homero tocou em uma dessas pulsões fundamentais que aprisiona à nossa precária e apaixonante condição humana.
Assim como Homero, muitas profissões foram seduzidas, nos últimos anos, pelas encantantes melodias das novas tecnologias da comunicação e da informação. Primeiro foram os profissionais da informática, depois o comércio eletrônico e da “nova economia”, mais tarde veio o jornalismo eletrônico.
Mas as sereias não brincam, elas têm fome e finalmente mostraram a que vieram e acabaram com esses profissionais, que imaginavam que a tecnologia mudaria o mundo, mas velhos hábitos considerados ultrapassados foram reafirmados. As pessoas não querem passar vinte e quatro horas por dia na internet, há outras finalidades na existência humana.
Na nova educação, em vez de transmissão unidirecional de informação, valoriza-se cada vez mais a interação e a troca de informação entre professor aluno. No lugar da reprodução passiva de informações já existentes, deseja-se cada vez mais o estimulo a criatividade dos estudantes. Deseja-se que as novas tecnologias resolvam todos os problemas enfrentados pela educação, sendo que a base deles não é necessariamente a ausência de tecnologia.
Se formos visitar uma escola bem equipada em termos tecnológicos, vamos encontrar mais proibições do que possibilidade. A disponibilização e as mensagens ocultas no uso das novas tecnologias são tão importantes como a decisão de usa-las. Como afirma Pierre Lévy, é exatamente o uso intensivo das tecnologias que caracteriza nossa condição humana. Segundo observação cientifica quanto menos proibições existem no ambiente, quanto mais convivial é a atmosfera, mais elas demonstram responsabilidade, maturidade, motivação e interesse.
Quando comentamos o aspecto sedutor das novas tecnologias e pressa em