As relações de poder nas escolas
Podemos afirmar que Foucault rompe com as concepções clássicas de poder. Ele entende que o poder é relacional, a ação de uns sobre os outros que se dá nas relações. Assim, o poder é móvel e pulverizado sobre as diversas relações, pode ser positivo quando é necessário e contém uma função social.Foucault estuda os mecanismos da disciplina como poder exercido sobre os corpos. O corpo se torna objeto e alvo de poder.
Para Foucault, o poder em todas as sociedades, está ligado ao corpo. É sobre ele que se impõem as obrigações, as limitações e as proibições. Daí surge a noção de docilidade, o corpo dócil pode ser submetido, utilizado, transformado, aperfeiçoado em função do poder.
Na escola é proibido falar durante a aula, tem que sentar na posição correta para não agredir a coluna, não pode levantar-se da cadeira, é preciso levantar a mão para falar, para dizer que precisa ir ao banheiro. No recreio não deve correr para não cair, é aconselhável não brincar com terra porque suja o corpo e o material escolar, não pode ir beber água o tempo todo, durante as atividades não pode olhar de lado nem conversar com o colega. Esses são exemplos em relação aos estudantes. Os professores, por sua vez, também não podem fazer uma série de coisas como, por exemplo, se ausentar da sala, usar roupa curta ou deselegante. Às vezes, o professor precisa calar diante de injustiças e grosserias frente às possíveis punições ou ameaças.
A DISCIPLINA E AS TÁTICAS NO UNIVERSO ESCOLAR
O sucesso da disciplina precisa de pouco: olhar hierárquico, castigo normalizador e uma combinação que é especifica do castigo, o exame. Isso compõe o poder disciplinar e suas técnicas minuciosas, às vezes intimas, mas com considerável importância. É fácil constatar essas minúcias no cotidiano escolar. Um olhar, um psiu, a batida do apagador no quadro ou na mesa, o nome escrito no quadro, o encaminhamento à coordenação, os cinco minutos sem recreio, as observações na