Relações de Poder na Escola
LOUVERA, Christiane 2
Sabe-se que a prisão é o único lugar onde o poder se manifesta sem nenhuma necessidade de se mascarar.
FOUCAULT (1997)
RESUMO
Este artigo tem como finalidade relatar o resultado das observações feitas no estágio supervisionado em Educação Infantil em uma escola da rede privada, situada em um bairro nobre de classe média a média alta, da cidade do Rio de Janeiro. Baseia-se em reflexões acerca das relações de poder no cotidiano escolar segundo o modelo de sociedade disciplinar apresentado na obra de Michel Foucault. Levando em consideração que as relações no cotidiano escolar se dão entre todos os atores sociais da escola, busca entender como o espaço físico, construído e constituído interfere de forma positiva ou negativa, na construção do ser social.
PALAVRAS-CHAVE: Criança. Espaço. Escola. Relações de poder.
INTRODUÇÃO
Inevitavelmente meu olhar se volta para a mesma questão quando entro em campo, o questionamento de como se dão as relações de poder dentro da escola, quais as consequências reais dessas relações na construção do ser social que é o ser humano. Obviamente todo pesquisador seleciona o que deseja ver, orientado por sua bagagem cultural, sua concepção e própria história de vida, LUDKE E ANDRÉ (1986), exatamente por este motivo meu olhar se volte para estas questões, visto que vivenciei fatos marcantes relacionados ao tema abordado.
As interações entre os seres humanos são permeadas por relações de poder desde a pré-história, mas o interesse de estudo hoje é entender como essas relações se dão dentro do espaço físico da escola e na gênese do percurso da vida acadêmica da criança. Que espaço é esse? Como ele é construído e constituído? A quem ele dá autonomia? É importante entender que o poder não é um bem, que não é algo palpável, mas que ele é circulante e que as posições mudam