AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO COTIDIANO ESCOLAR À LUZ DA TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA DE HABERMA
Alaíde Pereira J. Aredes 1 Candido Vieitez Guiraldez 2
Resumo: O artigo que ora apresentamos é uma reflexão em torno da teoria de Habermas e de sua contribuição para a compreensão das relações de trabalho na escola. Como estas relações se constituem em relações de poder, as indicativas de Habermas em relação à comunicação nos levam a crer que este princípio estaria ligado à questão da democracia nas Instituições. A escola enquanto Instituição necessita deste princípio enquanto espaço que busca constituir relações baseadas na democracia. Palavras – chave : Relações de trabalho na escola, A teoria de Habermas, Ação Comunicativa, Democracia.
Introdução As relações de trabalho na escola pública quase sempre se constituem em relações de poder. Fazer esta afirmação, ao que parece, coloca em questão a forma como se organiza o trabalho nesta instituição. Geralmente predomina na escola um poder centralizador exercido pelo diretor. Deste emanam todas as decisões. As regras são consideradas imutáveis e todos que lá estão têm um papel previamente definidos. Na verdade, são cumpridores destas sem poder formalmente 3 questioná-las. Nesse sentido é indispensável apontar qual tem sido a atuação deste profissional. Vale a pena indagar: quem é o diretor hoje na escola? Como foi projetado dentro de um sistema que é capitalista? Existe alguma semelhança entre a organização do trabalho na escola e a organização do trabalho na empresa capitalista? Responder estas questões parecem imprescindíveis, à medida que possibilitam a compreensão das relações de trabalho dentro da escola, as quais delimito, a priori, como relações de poder. Estas, da forma como são representam um entrave às relações democráticas. Por outro lado, se a escola deve ser uma organização semelhante à organização capitalista, até que ponto as modificações nas relações de trabalho nesta organização tem sido