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ESCOLA PÚBLICA BÁSICA!
Alaíde Pereira JAPECANGA2
Introdução
A escola pública de Ensino Fundamental e Médio vive uma realidade bastante difícil, em vários sentidos, ou seja, professores mal fonnados, jornada de trabalho excessiva, políticas públicas antidemocráticas etc. Por conseqüência, a baixa qualidade de ensino é um problema arnplaInente conhecido pelos atores sociais. O governo, através da Secretaria da Educação e outros órgãos, pressiona as autoridades escolares, notadamente os diretores, para melhorarem a administração escolar e a eficácia do ensino a ser ministrado. Contudo, tal melhora não acontece. Propomos nestas linhas indicar algumas variáveís e problemas que estão incidindo sobre esse âmbito.
As relações de trabalho nesse espaço contêm uma dimensão de poder. Desde a década de 80, iniciando-se com o governo de Franco Montara, políticas públicas têm acenado com algumas nledidas de participação de professores, alunos, pais e funcionários na escola, sob o pressuposto de que esse processo seria fundamental para melhorar a qualidade do ensino. Foi possível nessa época a criação do Conselho
Escolar, legalmente instituído como um espaço democrático no qual os alunos, os pais destes, os professores, o diretor e funcionários teriam voz e voto, poderiam encaminhar discussões e decisões. Parecia que a escola iria tomar o rumo da democracia. Ledo engano, esse espaço continuou sendo governado autoritariamente pelo diretor que, por sua vez, recebe ordens das instâncias superiores. Por outro lado, esse profissional tem dificuldades para realizar com eficiência sua tarefa, porque
I Este artigo faz parte de uma pesquisa em andamento, que objetiva estudar a questão no Estado de São Paulo.
2 Doutoranda na Unesp -- Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Manlia. Docente da
UEMS -Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
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ORG&DEMO
encontra resistência implícita ou explícita dos demais trabalhadores e alunos, o