Resenha "relações de poder na escola" de Maurício Tragtenberg
1247 palavras
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Como na sociedade em geral as relações de poder na escola são bem nítidas, e muitas vezes relacionadas a essa hierarquia social externa. Essas relações envolvem todo o corpo de alunos, professores, servidores e da diretoria. Essas relações de poder se reproduzem, principalmente, nas políticas educacionais determinadas pela diretoria que reproduz uma lógica educacional externa determinada, até certo ponto, pelo governo estadual e municipal, e em nível superior pelo governo federal. Essa atual lógica educacional possui um plano de fundo de ideias e conceitos que as fundamentam, e é esse caminho que iremos seguir. Às luzes do pensamento foucaultiano, “a escola é o espaço onde o poder de disciplinar produz o saber”. “Essa situação surgiu no século XIX com a instituição disciplinar que consiste na utilização de métodos que permitem um controle minucioso sobre o corpo do cidadão através dos exercícios de utilização do tempo, espaço, movimento, gestos e atitudes, com uma única finalidade: produzir corpos submissos, exercitados e dóceis. Tudo isso para impor uma relação de docilidade e utilidade.” Na escola, ser observado meticulosamente acaba se tornando um meio de controle e dominação, “um método para documentar individualidades”. Essa lógica abarca a formação do saber do indivíduo na escola, mas claro, um saber também doutrinário. “As áreas do saber se formam a partir de práticas políticas disciplinares, fundadas em vigilância. Isso significa manter o aluno sob um olhar permanente, registrar, contabilizar todas as observações e anotações sobre os alunos, através de boletins individuais de avaliação (ou uniformes-modelo, por exemplo), perceber aptidões, estabelecendo classificações rigorosas. As normas pedagógicas têm o poder de marcar, salientar os desvios, reforçando a imagem de alunos tidos como "problemáticos", estigmatizados como "o negrão", o "índio", o "maloqueiro" ou o morador da "favela". A escola, ao dividir os alunos e o saber em séries,