As redes turísticas: o consumo dos espaços urbanos
Vivemos num tempo onde o instante se coloca a nós como a unidade a ser vivida. Queremos que as coisas aconteçam no agora, não temos tempo para falar e pensar no ontem e nem no amanhã. Vivemos num tempo do instante: de mensagens instantâneas, de decisões instantâneas, de vida instantânea. Cada vez mais munidos de tecnologia, (vejam o que nos proporcionam nossos telefones conectados, agora, à internet) temos a sensação de que nada pode demorar mais do que alguns segundos para acontecer. A nossa percepção do tempo mudou. Com o avanço da tecnologia, as distâncias diminuíram e o tempo é cada vez mais vivido no presente, sendo o instante a sua realização última. Precisamos viver intensamente o hoje, vivemos no presentismo. Assim, vamos nos prendendo cada vez mais ao presente, enganando a nós mesmos para que o futuro não chegue.
A modernidade marca o embate do tempo contra o espaço. Nela o tempo é a ferramenta da conquista de espaço e da apropriação de bens, assim acelerar o movimento é ocupar espaço. Nessa modernidade o tempo não confere valor ao espaço e nenhuma parte deste é privilegiada, todas podem ser alcançadas a qualquer momento. Neste sentido, há na modernidade uma irrelevância do espaço – disfarçada de aniquilação do tempo. A modernidade é líquida (Bauman, 2001). Dessas duas variáveis – tempo e espaço – é sobre o último que iremos nos debruçar, e investigar possíveis reinvenções. Como pensar nos espaços de consumo para além do próprio consumo? É possível reinventar aí um lugar para civilidade e cultura?
A civilidade e o espaço urbano
O que é o espaço urbano (a cidade)? Podemos pensar que é um lugar onde estranhos têm a chance de se encontrar. Sennett (1978) acredita que este encontro tem características específicas como: não há o antes e nem o depois do encontro, é um evento sem passado e sem futuro, uma história para não ser continuada. Neste sentido, a vida urbana exige uma atividade social sofisticada,