Fichamento "Turismo de Experiência"
PANOSSO NETTO, Alexandre; GAETA, Cecília (Org.). Turismo de experiência. São Paulo: Senac São Paulo, 2010.
“Se vivemos em uma sociedade de rede, é imprescindível assumir que as dimensões, as características e as tendências do processo de urbanização contemporâneo influenciam diretamente os mercados e espaços turísticos. Munhoz, de maneira crítica, chega a sugerir que a criação de espaços urbanos banais – fenômeno que chama de ‘urbanização’ – guarda profundo relacionamento com possibilidades de fruição turística nas cidades contemporâneas, já que se projetam, com frequência cada vez maior, dinâmicas urbanas de consumo do espaço público voltado ao ócio. Portanto, será inócuo isolar as práticas de planejamentos turístico, rejeitando a incorporação de complexidades de processos de urbanização, especialmente no contexto brasileiro. Justamente por isso é imperioso compreender os fenômenos sociais e espaciais que se conjugam para a produção e reprodução dos espaços urbanos – seja porque eles influenciam o padrão das viagens, seja pelo fato de que ‘turistificação’ está necessariamente condicionada por preceitos, práticas e instrumentos de produção do próprio espaço urbano”. (p. 256)
“Na visão de Inskeep, o turismo urbano pode ser uma importante estratégia de incremento das estruturas de qualquer cidade e, em casos mais específicos, uma força vital para as ações de revitalização e renovação de áreas centrais. Porém, historicamente, essas possibilidades são negligenciadas, enquanto se priorizam investimentos em setores mais tradicionais das economias urbanas – por exemplo, a indústria, as finanças – o que explica uma presença reduzida do turismo nos estudos urbanos. De fato, conforme alerta Fainstein e colaboradores, a maior parte dos estudos sobre globalização negligencia o turismo urbano e interpreta os turistas como grupos marginal no desenvolvimento das cidades, a despeito do peso do turismo nas estratégias de desenvolvimento urbano e da importância