As possibilidades de intervenção do assistente social a criança e ao adolescente
Para Iamamoto (2004 p.27) é nesta tensão entre rebeldia e resistência que trabalham os assistentes sociais, “situados nesse terreno movidos por interesses sociais distintos, os quais não é possível deles abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade”. Daí a necessidade a partir de uma perspectiva crítica e refletir sobre a centralidade do trabalho na constituição dos indivíduos sociais e como categoria fundante do ser social, para compreensão dos fundamentos teórico-metodológicos e técnico-operativos do trabalho do assistente social, a partir de uma análise das categorias que mediam e conduzem à reflexão do exercício profissional. Na construção deste entendimento as categorias: trabalho e alienação, instrumentalidade e mediação, e cotidianidade, foram eleitas como base desta reflexão.
O trabalho constitui-se em uma atividade fundamental através do qual o homem se afirma como ser social e cria meios de atender à satisfação de suas necessidades e a possibilidade de “poder produzir mais do que o necessário para reproduzir a si mesmo sob condições sócio-determinadas” (GUERRA, 2000, p. 8). Nesta perspectiva, surge a alienação por constituir-se em produto da história humana, resultante da reprodução social submetida aos padrões individualistas e mesquinhos da sociedade burguesa, na qual os homens não se reconhecem como sujeitos da ação e onde indivíduos de outra classe social apropriam-se da riqueza produzida através da classe trabalhadora.
Para superar a alienação aborda-se a instrumentalidade buscando-se conduzir à reflexão do tema no exercício profissional do assistente social, não no que se refere aos instrumentos e técnicas que facultam o agir profissional, mas como um modo de ser adquirido e apropriado pela profissão, integrante do seu processo de trabalho