As múltiplas interpretações da "alegoria da caverna" de Platão

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Numa versão simples, a "alegoria da caverna" (ver texto) menciona vários homens, todos eles presos no interior de uma caverna, na qual nasceram, apenas conseguindo ver uma ténue luz. Um dia, um desses homens liberta-se, escapa para o exterior da caverna e tem conhecimento de todos aqueles objectos que, anteriormente, só conhecia como sombras projectadas nas paredes. Mais tarde, ao voltar ao local onde sempre viveu, este homem conta aos seus antigos companheiros o que viu. Estes, quando confrontados com a recente descoberta, acham que a luz fez o seu amigo ficar louco, e pensam até em matá-lo.
Normalmente os Mitos são histórias bastante difíceis de interpretar, pelo simples facto de terem um quase infinito número de significados que divergem em função do contexto que lhes queiramos dar. No caso da Filosofia e no que respeita a esta alegoria, poderá representar aquilo que se espera de um filósofo - a capacidade de se abstrair do mundo terreno e, com uma curiosidade infinita, tentar interrogar-se sobre os diversos mistérios do mundo.
Esta é certamente uma alegoria na qual o contexto é tão importante como a própria mensagem e é o próprio contexto em absoluto determinante da mesma. É óbvio que a saída da caverna pode ter uma simbologia de escape de uma realidade do dia-a-dia, e o conjunto de homens prisioneiros pode simbolizar a sociedade em geral: a situação dos prisioneiros na caverna retrata, para Platão, a condição humana. Nós nascemos numa confortável "escravatura de ignorância" e é extremamente difícil, sem ajuda, tomar consciência dela e distinguir a realidade (a "verdade") da ilusão. E vai mais longe, afirmando que a maioria de nós se sente tão confortável na sua "vidinha ignorante" que não quer sequer mudar.
Este desejo de permanecer na ignorância, esta resistência à mudança, é tão forte, afirma Platão, que o prisioneiro tem mesmo de ser arrastado à força para fora da caverna e para a "verdadeira realidade". O sofrimento e a angústia são consideráveis, mas

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