Teoria do conhecimento
Extraído do Livro Filosofando . Maria Lúcia de arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins
Teoria do conhecimento na antiguidade
Para os que entram nos mesmos rios, correm outras e novas águas.(...) Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.
(Heráclito)
Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada, ao contrário, nada é: afirmação que bem deves considerar. Desta via de investigação, eu te afasto; mas também daquela outra, na qual vagueiam os mortais que nada sabem, cabeças duplas. Pois é a ausência de meios que move, em seu peito, o seu espírito errante. Deixam-se levar, surdos e cegos, mentes obtusas, massa indecisa, para o qual o ser e o não ser é considerado o mesmo e não o mesmo, e para a qual em tudo há uma via contraditória.
(Parmênides)
1. Introdução
Na Grécia, a passagem do mundo tribal à pólis (a cidade-estado grega) determina a mudança da maneira de pensar, que antes era predominantemente mítica e depois, com o aparecimento das cidades, faz surgir a racionalidade crítica típica do pensar filosófico.
O advento da pólis grega é concomitante a outras transformações também marcantes, como o aparecimento da escrita, da moeda (em decorrência da expansão do comércio), dos legisladores (que elaboram nova concepção de poder nas leis escritas). Essas transformações culminam com a figura do cidadão e do filósofo, em um mundo antes marcado pelo desígnio divino.
Começa então a grande aventura filosófica dos gregos, cuja influência se faz sentir até nossos dias. Costuma-se dividir a filosofia grega em três grandes períodos:
Período pré-socrático (séculos VII e VI a.C.) _ abrange os filósofos das colônias gregas (Jônia e Magna Grécia) que iniciaram o processo de desligamento entre filosofia e o pensamento mítico.
Período socrático ou clássico (séculos V e IV a.C.) _ o centro cultural passa a ser Atenas; desse período fazem parte o próprio Sócrates e