As marcas culturais da Pedagogia do Heroi
Elí Terezinha Henn Fabris (UFRGS)
“A história real de um verdadeiro herói”
(Sinopse do filme: Meu mestre minha vida”) Este trabalho pretende apresentar uma parte da pesquisa em que investiguei a produção hollywoodiana, analisando dezesseis filmes sobre escola, nas suas representações de espaço e tempo e constituição de sentidos para os sujeitos escolares e para o próprio espaço escolar. Ao trazer este recorte da pesquisa para análise pretendo mostrar como uma certa pedagogia desenvolvida pelos filmes hollywoodianos pode instituir sentidos para a pedagogia, demarcando posições e lugares de maior ou menor poder para os sujeitos que ensinam, isto é: para professores e professoras.
Vivemos em um tempo em que se discute intensamente os caminhos da educação, em que se verifica o esgotamento das certezas que davam direção ao processo educativo. O fim das metanarrativas da Modernidade, as quais serviam de modelos explicativos para o mundo, nos impõe diferentes impasses. São também, esses motivos que nos impelem a buscar outros sentidos para o fazer pedagógico, a discutir o que temos entendido e praticado até agora como pedagogia.
Ao analisarmos as antigas práticas de condução dos aprendizes, a gênese da escola, a constituição do pedagogo (um homem, quase sempre um religioso) vemos que a pedagogia já constituiu-se em outros tempos e espaços por outras práticas sociais, em que tanto o pedagogo como a pedagogia se diferenciavam do que hoje concebemos como tais. Tudo isso para afirmar que tanto a pedagogia como o pedagogo são produções culturais. Tanto um quanto o outro não possuem uma essência, e, muito menos são naturais, ambos se constituem nas práticas sociais.
Neste processo, onde a infância se constitui no terreno próprio para ação do mestre, é que se fabrica um sujeito que será chamado de professor e posteriormente, professora. Podemos dizer que a pedagogia se constitui neste terreno onde o sujeito a quem é