As Ligas Camponesas do Brasil
As primeiras Ligas Camponesas surgiram no Brasil, em 1945, as vésperas do fim da Segunda Guerra Mundial no período de redemocratização do país, após a ditadura do presidente Getúlio Vargas.
Camponeses e trabalhadores rurais se organizaram em associações civis, sob a iniciativa e direção do recém legalizado Partido Comunista Brasileiro – PCB. Foram criados em vários municípios dezenas de Ligas Camponesas entre os trabalhadores rurais, pequenos agricultores, sem-terras, assalariados e diaristas, com dois objetivos: O primeiro foi de aumentar o numero de cadeiras do PCB no parlamento, pois o parido vinha crescendo graças aos camponeses através das ligas. O segundo foi de identificar os interesses da classe e organizar a luta ao seu favor. Até mesmo antes da cassação do mandato do Partido Comunista em 1947 essas ligas foram aos poucos reprimidas pelas autoridades, no entanto em 1948, com a proscrição do Partido Comunista Brasileiro, houve o desmoronamento das organizações de trabalhadores no Brasil. Entre 1948 e 1954, eram poucas as organizações camponesas que funcionavam e raríssimas as que ainda conservavam o nome de Liga, como a Liga Camponesa da Iputinga, dirigida por José dos Prazeres, um dos líderes do movimento em Pernambuco e localizada no bairro do mesmo nome, na zona oeste da cidade do Recife.
Começa em 1954, a formação do engenho da Galiléia, na cidade de Vitória do Santo Antão, marco esse que da origem ao segundo período das Ligas Camponesas do Brasil, e com ela surge a Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP). Ela tinha três fins específicos: o primeiro era auxiliar os camponeses com despesas funerárias, evitando que os falecidos fossem literalmente despejados em covas de indigentes; o segundo era prestar assistência médica, jurídica e educacional aos camponeses; e o terceiro era formar uma cooperativa de crédito capaz de livrar aos poucos o camponês do domínio do latifundiário.
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