As Ilhas Afortunadas - Mensagem de Fernando Pessoa
Calipso (a ocultadora) é uma ninfa, filha de Oceano (deus que representa apenas as águas desconhecidas do Atlântico) com Tétis. Possuía mais de 40 irmãs (na obra “Teogonia”, Hesíodo descreve as como as ninfas de “áureos tornozelos”).
Vivia presa numa ilha própria, chamada Ogígia. Essa era cercada por um bosque sagrado, que a tornava invisível. Ocasionalmente, alguns heróis, que percorriam o seu caminho, cruzavam-se e caiam na ilha da bela e adorável Calipso. Crónicas diziam que esta ninfa seria ainda mais bela do que a deusa Afrodite (deusa equivalente a Vénus na mitologia romana). Estaria sempre acompanhada por outras ninfas que se julgam ser as irmãs dela, no entanto nada garante que todas viveriam com a mesma.
Todos os que chegavam à sua ilha ficavam tentados a ficar com a ninfa. Caso ficassem, tornar-se-iam imortais e ali viveriam juntos para sempre. Porém, a consciência dos heróis compelia-os a pensar na realidade obrigando-os a voltar ao mundo real, fora de Ogígia.
Esta ninfa e a sua ilha foram referidas na obra “Odisseia”. Quando Ulisses naufragou na costa da sua ilha, Calipso acolheu-o e por ele se apaixonou. Nesse tempo insistia em seduzi-lo e ofereceu-lhe imortalidade se aceitasse ficar com ela para sempre. O herói, no entanto, resistia sem conseguir esquecer a sua pátria, esposa (Penélope) e filho. Passou 7 anos em Ogígia e quando chegou a hora de regressar, Calipso (contra a sua vontade) concedeu-lhe os recursos que necessitava para contruir uma jangada assim como mantimentos e condições favoráveis (visto ser uma ninfa do mar) para voltar a casa.
Estrutura externa “As Ilhas Afortunadas” pertence à obra “Mensagem” de Fernando Pessoa é o quarto poema pertencente ao “Os Símbolos” da terceira parte da obra, “O Encoberto”.
É constituído por três quintilhas, todas elas redondilhas maiores (heptassílabos).
O seu esquema rimático é constante, como demostrado no esquema em baixo:
As Ilhas Afortunadas