Mensagem Her Is E Mitos

Tese
A obra Mensagem, de Fernando Pessoa, é, essencialmente, o cantar de um império de teor espiritual, o Quinto Império, e da construção de uma supra-nação focando a essência de Portugal e a sua missão por cumprir. Para tal, Pessoa recorre à utilização de mitos e à referência de heróis, que tenham tido ou não existência real.
1º argumento
Em primeiro lugar, em Mensagem surgem diversos mitos, entre os quais o mitos Sebastianista ou do Encoberto, e os mitos do Quinto Império e das Ilhas Afortunadas.
Exemplos:
O mito sebastianista, construído em volta da figura de D. Sebastião e da sua morte na batalha de Alcácer-Quibir, traduz a inconformidade com a situação política vigente na época de Pessoa e a expetativa de salvação através da ressurreição de D. Sebastião, o Encoberto. Ou seja, simbolicamente, D. Sebastião representa Portugal; desse modo, com o desaparecimento deste o país perdeu a sua grandeza, pelo que só a voltará a tê-la quando este regressar simbolicamente, despertando o país da resignação e da decadência, abrindo caminho à construção do Quinto Império.
O Quinto Império é outro dos mitos presentes na Mensagem. O Quinto império é designado como um império espiritual, associado ao regresso de D. Sebastião, que se julga ser capaz de elevar os portugueses ao lugar de destaque que outrora ocuparam a nível mundial.
As Ilhas Afortunadas é também um mito presente em Mensagem, que remete para o inconsciente, onde residem apenas "esperanças infundadas e vagas", ou seja, remetem para o sonho, para o nada.
2º argumento
Em segundo lugar, Pessoa utiliza figuras de reis portugueses e outras figuras míticas como heróis.
Exemplos:
Camões inicia Os Castelo com o poema Ulisses. Ulisses, que segundo a lenda fundou Lisboa, é símbolo de renovação dos mitos, uma vez que apesar de não ter existido, “nos criou", ou seja, foi essencial para sermos hoje o povo que somos. Ulisses representa o mito, "o nada que é tudo" - Ulisses não é nada, porque é um mito, todavia explica o