Situação das marés na cidade de suzhou

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A Descoberta do Brasil

Portugal

“Que o mar com fim será grego ou romano. O mar sem fim é português.” - Fernando Pessoa - Mensagem, 1928

Numa ode patriótica composta entre os anos 20 e 30, de demorada elaboração, intitulado “ Mensagem”, o poeta Fernando Pessoa imaginou a Europa como um corpo de mulher. Estendida, tinha ela um dos seus cotovelos, o direito, fincado na Inglaterra e o outro, o esquerdo, recuado, na Peninsula italiana, cabendo a Portugal ser o rosto nesta hipotética figuração. Pode não ter sido o rosto, mas a posição geográfica de Portugal, pequena faixa de terra voltada para a imensidão do Oceano à sua frente, condicionou seu destino por quase cinco séculos. Afinal, pergunta-se, para onde mais poderiam ir os portugueses senão para frente, para o que os árabes sempre chamaram de “mar tenebroso”? Na sua retaguarda encontravam o castelhano, sempre disposto a engoli-los. Mais ao sul, outros rivais, os mouros a quem haviam expulsado das terras lusas na época da pequena reconquista e com quem, deste então, mantinham uma interminável rixa, um odium theologicum, resultado de terem eles símbolos divergentes - a Cruz contra o Crescente.

Nada mais lhes restou aos seus marinheiros, aos seus navegantes, do que reprimir os seus medos e seus terrores sobre “o monstrengo que está no fim do mar” e enfrentar o incomensurável oceano aberto que se estendia infinito e misterioso a sua frente, a seguir por caminhos que ninguém ousara, a encontrar roteiros que ninguém havia encontrado, a ir atrás das Ilhas-Afortunadas, a buscar o paraíso em algum outro

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