AS IDENTIDADES COMO ESPETÁCULO MULTIMÍDIA
Néstor García Canclini
O texto “As identidades como espetáculo multimídia”, de Néstor García Canclini afirma que há diversos acontecimentos formuladores de identidade, geralmente relacionados à luta com outros povos. Os museus e livros escolares eram responsáveis pelo modo como essa identidade era formulada.
No século XX, os meios de massa (rádio e cinema) foram agentes das inovações tecnológicas, sensibilizaram para o uso de aparelhos eletrônicos na vida doméstica, e liberalizaram os costumes com uma visão mais cosmopolita, porém ao mesmo tempo unificaram os padrões de consumo com uma visão nacional.
Já nos anos 80, a abertura da economia de cada país aos mercados globais foi reduzindo o papel das culturas nacionais, diminuindo a importância das tradições de identidade. As redes globalizadas estabeleciam as tendências e os estilos das artes, das linhas editoriais, da publicidade e também da moda. Dessa forma, os países periféricos começaram a projetar o que foi pensado e decidido nos grandes centros, como Estados Unidos e Europa. Ou seja, a transnacionalização econômica e as tecnologias de comunicação colocaram no papel principal as culturas-mundo exibidas como espetáculo multimídia.
É sempre necessário reconhecer as diferenças locais e regionais. Diversos produtos têm que se transformar para conquistar mercados com culturas distintas, pois o mundo é um mercado construído por grupos diferentes. É preciso adaptar o produto aos diferentes grupos para satisfazer todos os níveis.
Por exemplo, para uma rede social alcançar um mercado de escala mundial é preciso poder ser ultilizada para qualquer tipo de usuário, independente do nível cultural, educacional, econômico. Com isso, é capaz perceber diferentes faixas etárias, grupos sociais misturados em redes. O “nivelamento cultural” seria o termo que Renato Ortiz sugere para falar dessa convergência de hábitos culturais, porém que preserva as diferenças.
As identidades