As guerras da água
A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NOS CONFLITOS DO SÉC. XXI
Desde o surgimento da vida na Terra, a água é o elemento mais importante para a sobrevivência de todos os seres vivos. Os recursos hídricos mundiais de que se dispõe são consequência direta da desigual distribuição da precipitação e dos níveis de escoamento. A água doce é um dos recursos vitais mais raros, precioso, básico, essencial à vida sob todas as suas formas e cobiçado ao ponto de provocar guerras.
Os recursos hídricos encontram-se no topo das preocupações ambientais do século XXI. A crescente escassez de água, o rápido aumento populacional e as incessantes batalhas económicas, levam a que muitos se questionem se os recursos de água doce poderão vir a ser fonte de conflitos internacionais durante o século XXI, tal como o petróleo o foi no século XX. Uma das razões mais influentes para a possibilidade de conflitos em torno dos recursos de água é a distribuição desigual que se faz sentir por todo o planeta, com a agravante de que a maioria dos recursos são internacionais. Portugal, por exemplo, partilha 48 % das suas reservas de água com Espanha.
Perante as eventualidades do tempo atual que coloca as questões ecológicas na senda de uma grande preocupação tanto ao nível nacional, regional e internacional, a água revela-se cada vez mais como uma “arma” político-estratégica no cenário internacional, que requererá uma elevada e séria capacidade cooperativa para evitar que, assim como o petróleo noutros tempos, a água venha a ser causa de uma catástrofe ao nível mundial. Pois há quem acredita que os conflitos que verificar-se-ão no século XXI terão como causa principal a escassez da água. Por isso, o vasto consenso relativamente à importância da existência de uma forte base de cooperação para a gestão e distribuição equitativa dos recursos hídricos que se revelam limitados num cenário mundial onde a demanda está em rápido crescimento, não pode em momento nenhum ser ignorada ou mesmo