As estradas de Alabama Monroe
O Filme Alabama Monroe constitui uma das estradas mais sinuosas as quais já observei em filmes. Ele pega os desavisados de surpresa e os faz derrapar em lágrimas com suas passagens não-lineares que misturam passado e presente mesclando momentos felizes, em que a viagem se inicia e está repleta de surpresas, e a passagem esburacada, em que aos trancos e barrancos o casal tenta se resolver, mas sempre acabam parando no meio da estrada vazia sem que ninguém possa ajudar.
Didier, é um homem apaixonado pelos EUA e pelo country. Evoulucionista e ateu, o lona de corpo desse pneu. Elise, uma tatuadora, alegre, descolada e religiosa, seria o estanque nessa narrativa. Os dois opostos se atraem e as diferenças de trajetórias são insignificantes de modo que os dois se juntam para uma longa viagem, percorrendo o mesmo percurso.
Nas partes em que vemos os dois iniciarem uma relação amorosa, cujo desfecho é a relação sexual em si, vemos a explosão de cores e profundidade que enriquecem o cenário da viagem e dá a sensação de liberdade para dirigir as suas vidas. Didier que era um cowboy em estilo musical e em estilo de vida, após a descoberta da gravidez de Elise - que por um momento cria uma situação de tensão entre os dois- num segundo momento, mostra-se disposto a encarar a paternidade e, para isso, muda seu estilo de vida. O nascimento de Maybelle, o negro de fumo da relação, marca uma harmonia perfeita entre o casal, em que ela torna-se o agente principal para a duração desse relacionamento, impedindo-o que se desgaste.
Algo que não mencionei mas que é de incrível relevância no filme, são as músicas. As músicas são a parede lateral