As condições (históricas) que demandam e produzem a teoria do capital humano no desenvolvimento do modo de produção capitalista
1. HOMEM, TRABALHO E A ESPECIFICIDADE DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA DA EXISTÊNCIA
O conceito de homem, fundamental em qualquer visão do mundo, pode ser visto sob duas óticas diferentes : uma abstrata e genêrica que se pergunta o que é o homem, outra concreta e histórica que se pergunta como é produzido o homem. E o homem se produz nas relações sociais de produção, especificamente no trabalho. É através do trabalho que o homem se produz enquanto tal, que se diferencia da natureza e pode manipulá-la, transformá-la, criar a cultura. Historicamente as relações de produção caracterizam os homens que, além da própria manutenção podem criar um excedente e a maneira como este excedente é utilizado influenciará as condições existenciais, tanto biológicas como sociais, culturais e educacionais. Portanto dependendo das relações sociais de produção nós teremos sociedades diferentes. Analisando esse modo de produção poderemos entender a sociedade como um todo. Em outras palavras, seguindo a terminologia de Gramsci, temos uma relação estreita entre a infra-estrutura, o modo de produção, e a superestrutura, a instância político-jurídica e ideológica. Qualquer análise que, então, busque dividir estes dois aspectos será necessariamente errada. Para poder entender os vínculos entre a prática educativa e o mundo do trabalho deveremos, logicamente, entender as formas dos modos de produção historicamente colocados.
Qual é, portanto, a especificidade do modo de produção capitalista?
1. A dissolução das várias formas de trabalho onde o trabalhador é o proprietário e o proprietário é que trabalha. A divisão entre o trabalhador, como força de trabalho, e o proprietário dos meios de produção.
A primeira condição é que apareça a figura do trabalhador livre, sob dois sentidos : livre porque é destituído da propriedade, dono somente de sua força