As ciencias sociais e processo histórico

As Ciências Sociais e o Processo Histórico A tentativa de se dar uma explicação científica ao comportamento e as condições sociais de existência dos seres humanos é recente. Foi somente na Idade Média com emergência da sociedade capitalista, que alguns pensadores se esforçaram em aplicar o método científico ao conhecimento dos fenômenos que acontecem na vida social, tendo em vista as crises e desordens sociais provocadas pelas transformações que ocorreram na sociedade. Antigamente a preocupação dos pensadores aos fenômenos sociais era mais filosófica do que científica. Os estudos a respeito da vida social tinham sempre por objetivo propor formas ideais de organização da sociedade, mais do que compreender lhe a organização real. O longo período da Idade Média foi pouco propício ao progresso científico, pois pensadores medievais se prendiam a discussões metafísicas que conduziam a justificação da fé cristã. Já no final da Idade Média despontou um movimento de reação escolástica. Foram os prenúncios da libertação do pensamento ao dogmatismo católico que se efetivou finalmente no período agitado de Renascimento. Dai a influência teológica, deu lugar a uma nova perspectiva mais independente que favorecia a livre discussão de questões do ponto de vista racional. Foi sendo elaborado um novo tipo de conhecimento, caracterizado por objetividade e realismo que marcaram a separação nítida do pensamento do passado, modificação tão claramente que se poderia dizer que um novo estágio se iniciava na explicação dos fenômenos da natureza e, consequentemente, dos problemas sociais e humanos. Para Florestan Fernandes, três séries de convergências são responsáveis pela lenta, mas progressiva, substituição da concepção normativa e especulativa por uma representação social positiva da vida social: fatos de natureza sociocultural, intelectual e fatores decorrentes da própria dinâmica do chamado “sistemas de ciências”. Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, provocou