As aventuras de walter courage
Cibelle Maria Jacinta da Silva
Londres, 10 de maio de 1958
Querido Diário, Hoje foi um dia perfeito. Um dia que eu nunca imaginei que existiria. Acordei cedo como de costume, para ir à cidade com papai. Pedi a ele para levar o Fluffy porque sempre que vamos à cidade ele é minha grande companhia. Enquanto seguíamos na charrete, íamos conversando, eu e papai. Fluffy me cheirava o tempo todo mas eu nem ligava, até gostava. Meu pai me contou a história da Grande Biblioteca Jumphrey, que ninguém vai lá há quinze anos e que o vigia mora lá sozinho e nunca sai à rua, quem faz compras na venda é sua filha Dorah. Papai disse que Dorah já viajou o mundo todo nos livros. Mas como alguém pode viajar em um livro? É até engraçado imaginar uma coisa assim. Eu perguntei, mas a resposta me deixou mais curioso do que antes: _ Sabe Walter, qualquer um pode viajar para onde quiser quando se tem livros, basta abrir um e você já estará em outro mundo. Um lugar antigo e enorme, com um letreiro desbotado escrito: “Biblioteca Beach Jumphrey”. Não segurei a excitação e fui correndo entre os corredores repletos de livros até o teto. Livros grandes, pequenos, coloridos. _ Aqui Walter, o melhor de todos, leia! _ como o homem velho e esguio sabia meu nome eu não sei, mas Fluffy e eu tivemos uma experiência tão incrível que o único que acreditará em minhas palavras será você. Eu vi, Diário! Uma princesa me mostrou o seu castelo e me disse que se casaria comigo, o índio me fez de prisioneiro na sua barraquinha mas Fluffy me salvou, o relógio da casa do gigante se tornou o meu melhor amigo, meu cachorro se apaixonou por uma onça, eu conheci uma civilização chamada Asteca em que as pessoas se pintavam de azul, eu conversei com fantasmas e monstros. Papai estava certo, mas eu nunca imaginei que pudesse ser de verdade e fantástico como foi. Porque eu disse “de verdade”? Porque comigo, apenas comigo e Fluffy foi assim. Sabe Diário, na minha opinião, ler