Atravessando o espelho: vislumbrando processos e técnicas de imersão através de um modelo de cinema-mutante do futuro
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO
MESTRADO EM ESTÉTICA, REDES E TECNOCULTURA
Atravessando o espelho: vislumbrando processos e técnicas de imersão através de um modelo de cinema-mutante do futuro
Resumo: Este artigo tem como objetivo vislumbrar e exemplificar procedimentos e técnicas que, ao serem adotadas pelo cinema, poderão contribuir consideravelmente para o processo de “imersão” explicitado pela autora Janet Murray. Baseando-se neste conceito, o presente artigo pretende demonstrar que este processo imersivo somente alcançará seu ápice quando conseguir estimular todos os sentidos corpóreos e perceptivos do espectador. Desta maneira, o cinema se transformaria em um novo tipo de obra de arte, que além de ser incorporada com várias mudanças, poderá também executar diferentes performances de acordo com as narrativas pelo meio exibidas.
Palavra-chave: Cinema; Imersão; Sinestesia.
1. Introdução
Vários foram os fatores que contribuíram para que o cinema se destacasse como um meio de comunicação capaz de abstrair a realidade ou simular uma realidade paralela no intuito de levar seu espectador a outros paradigmas ou situações jamais imaginadas no mundo atual (real). Embora ainda longe da realidade suscitada pelo espectador, o cinema sempre tenta, através de técnicas básicas (linguagem cinematográfica) ou avançadas (efeitos especiais), fazer com que o seu público seja imerso em determinada narrativa, que lhe é transmitida através das imagens exibidas. Com os avanços tecnológicos, o cinema adquiriu som, cores (através do cinemascope), novos efeitos sintéticos (através do uso do computador) e até mesmo uma nova perspectiva (3-D). Isso sem mencionar a digitalização dos processos e também da imagem – o que facilita consideravelmente a manipulação e distribuição de produtos fílmicos. Assim o cinema sempre se manteve “atualizado” de acordo com os avanços tecno-científicos disponíveis e que lhe foram