As alternativas básicas na ética normativa
É correto mentir a fim de salvar uma vida? A pergunta postula um conflito em normas éticas. Contar a verdade é mais importante do que salvar vidas? O que você faria? As várias respostas a esta pergunta podem ser usadas para ilustrar seis abordagens básicas à ética e para introduzir o tema. Todos os pontos de vista éticos têm a ver com perguntas éticas fundamentais. Existem normas éticas válidas? Se existem, quantas são? E se existirem muitas normas éticas, o que se faz quando duas delas entram em conflito? A pessoa conta uma mentira para salvar uma vida, ou sacrifica uma vida para salvar a verdade?
AS ALTERNATIVAS BÁSICAS NA ÉTICA NORMATIVA
As posições básicas que podem ser adotadas quanto à questão das normas éticas podem ser ilustradas por um caso recente que envolveu o Comandante Lloyd Bucher, do navio-espião Pueblo, que, com sua tripulação de 23 homens, foi capturado pelos norte-coreanos. Quando os interrogadores ameaçaram matar a tripulação, Bucher assinou confissões, confessando falsamente a culpa de fazer espionagem nas águas territoriais da Coréia do Norte. Estas falsas confissões vieram a ser o fundamento para poupar as vidas da tripulação e levar à sua libertação. A pergunta, portanto, é esta: a mentira de Bucher para salvar estas vidas foi moralmente justificada? Ou, de modo mais geral, mentir para salvar uma vida é moralmente certo em qualquer situação? Uma maneira de responder a esta pergunta é rejeitar totalmente a noção de moralidade.
A. Mentir Não é Nem Certo Nem Errado: Não Há Normas
Uma das alternativas a esta pergunta é negar a existência de quaisquer normas éticas relevantes. Esta posição é chamada antinomismo (literalmente, "contra a lei"). Afirma que não há nenhum princípio moral (tal como "não se deve mentir") que possa, validamente, ser aplicado ao caso de Bucher, e mediante o qual se pudesse pronunciar sua ação como certa ou errada. E se não houver padrões morais, não pode haver julgamentos morais. Logo, Bucher não estava