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Cazuza, entre o Rock e a Vida
Augusto de Guimaraens Cavalcanti*
Resumo
Este artigo pretende analisar a maneira como a figura paradigmática de Cazuza construiu sua identidade intertextual em consonância com a linguagem do rock brasileiro dos anos
80. Seguindo a trajetória desse compositor, procuramos abordar como ele se apropria de categorias simbólicas nas entrelinhas da cultura e delas faz uso para a criação de sua persona.
Levamos em consideração, quanto a esse aspecto, que a construção identitária pressupõe a recorrência a determinadas tradições – no caso, artísticas –, que são constantemente ressignificadas e reapropriadas nas narrativas de Cazuza e no processo de criação de sua obra.
Palavras-chave: Arte, persona, vida.
Abstract
Cazuza: between the rock and the life
This article aims to analyze how the paradigmatic figure of Cazuza has built his intertextual identity in consonance with the language of the Brazilian rock of the 80’s. Following the trajectory of this composer, we tried to broach how he got hold of symbolic categories in the underlines of culture and appropriates them to create his persona. We took into consideration, in this regard, that construction of identity implies the recurrence of certain traditions – in this case, artistic – that are constantly resignified and reappropriated in the narratives of Cazuza and in the process of creating his work.
Keywords: Art, persona, life.
Este artigo é parte de minha tese de mestrado, Arte e Vida: Arnaldo Antunes, Cazuza e Lobão, defendida em 30 de abril de 2010, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio, sob orientação de Santuza Cambraia Naves.
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Desigualdade & Diversidade – Revista de Ciências Sociais da PUC-Rio, nº 8, jan/jul, 2011, pp. 191-211
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Augusto de Guimaraens Cavalcanti
Por enquanto cantamos/ Somos belos, bêbados cometas/
Sempre em bandos de quinze ou de vinte/ Tomamos cerveja/ E queremos carinho/ E sonhamos sozinhos/ E olhamos