Artigo

A MANIPULAÇÃO POR TRÁS DAS ATIVIDADES DE RELAÇÕES PÚBLICAS
Anna Beatriz de Araújo Nobre1
Aline Lira Neves2

RESUMO
As Relações Públicas tem seu início datado no começo do século XX por conta de ações do Jornalista Ivy Lee e do pesquisador Edward L. Bernays, considerados os pioneiros da profissão. Porém, ao invés de ações éticas, esses profissionais apresentaram técnicas de manipulação, persuasão e omissão da verdade, o que se torna uma contradição para a profissão de relações públicas e não obstante uma influência negativa para as campanhas atuais.
Palavras chave: relações públicas, manipulação, persuasão, omissão.

As Relações Públicas e seu surgimento
No início do séc. XX nos Estados Unidos, a Indústria Moderna crescia e começava a expor uma de suas faces, a exploração da mais-valia trabalhista e o surgimento dos monopólios, consequências do Capitalismo. As críticas eram intensas por parte da mídia, do governo (com dúbios interesses) e de escritores críticos da época. Percebeu-se então, que os empresários precisariam de algo para modificar essa má impressão que causavam e para gerenciar suas ações de Comunicação.
Devido a isso, alguns autores caracterizam o surgimento das relações públicas quando o jornalista Ivy Lee se utiliza de técnicas e princípios da persuasão perante o público, para reverter a imagem negativa que o empresário John Rockfeller Jr. possuía. Em meados de 1914, esse empresário era um dos homens mais odiados dos Estados Unidos por suas ações inescrupulosas, como por exemplo, ordenar aos seus seguranças a atirarem em grevistas. Lee planejou e executou um trabalho que pôde, segundo registros, melhorar a imagem de Rockfeller Jr. diante da opinião pública (EWEN, 1996).
Dentre os trabalhos de Lee, estão: o aconselhamento à retirada dos seguranças da família do empresário; a promoção diálogos com os líderes comunitários; as ações filantrópicas ligadas à empresa; a concessão de bolsas de estudo; os patrocínios a museus e hospitais, etc.