artigo
George Leal Jamil
Recentemente, as "informações" assumiram uma notabilidade inédita. São as soluções para todos os problemas, em esferas diferentes como Economia, Demografia, Esportes, Marketing, Gestão, Tecnologia, entre muitas outras. Estas são buscadas com pressa, para a solução de problemas críticos e aplicação imediata em contextos muito variados.
A pressão da vida moderna encontra de cheio uma facilidade inusitada de publicação de contextos, avisos e emissão de opiniões, que vão desde o veículo formal, científico, de pesquisa vindos de uma escola de ponta até o jornal de bairro, a mensagem apócrifa na Internet ou o debate informal numa reunião de comitê de moradores. Todos têm suas "informações" e as usam para apoiar idéias e gerar bases de comportamento futuros.
Contudo, também fruto de nossos tempos, a difusão exagerada das informações - ainda no turbilhão que descrevemos acima, que acontece pela confluência entre a "agilidade" e a "publicação" -, vem mostrando um lado inusitado ao se tornar um componente adicional gerador de ansiedade e indefinição. Isto faz com que surja um paradoxo : se queríamos diminuir a incerteza nos processos cotidianos ao rastrear, coletar, mapear, colecionar e distribuir "informações", acabamos por gerar mais indefinições. A este fenômeno têm sido atribuídos pelos profissionais de diversas áreas que analisam a situação nomes como stress informacional, sobrecarga informacional, etc.
Seus sintomas são peculiares a profissionais ligados a setores variados, estudantes, prestadores de serviços e àqueles que, de qualquer forma, têm de se relacionar com o público. Cansaço, dificuldade em se "desligar" de contextos problemáticos, ansiedade, perda da capacidade decisora, entre tantos outros, são sintomas característicos desta doença.
É, inegavelmente, mais um destes insondáveis "males modernos" que padecemos, em geral advindos de nossa própria capacidade de complicar o que antes parecia mais