artigo
A legislação brasileira do setor é considerada de nível internacional, mas há pouco efetivo para checar e fazer os testes necessários a fim de detectar algum tipo de problema no produto
Cadu Caldas e Erik Farina cadu.caldas@zerohora.com.br e erik.farina@zerohora.com.br
Com uma legislação considerada por especialistas como de padrão internacional e tecnologia de ponta para aplicação de testes, a falta de fiscalização é apontada como a grande chaga do setor do leite no país. Os testes do Ministério da Agricultura e da Secretaria da Agricultura do Estado costumam ser feitos diretamente no produtor ou em postos de refrigeração, mas são mais frágeis quando precisam averiguar a qualidade do produto durante o transporte e na indústria. Os fabricantes, por sua vez, muitas vezes acabam falhando no controle em razão do elevado volume de produtos que recebem.
— Os testes são feitos no leite cru, pois se espera que a indústria controle seu produto. O problema é que, como há muitos fornecedores e um movimento constante na fábrica, pode ocorrer de nem todo o leite ser submetido aos testes, e possíveis fraudes não sejam detectadas — diz Jorge Schulz, coordenador do Centro de Pesquisa em Alimentação da Universidade de Passo Fundo.
Saiba Mais:
Quem tem o poder de investigar o leite
Consumidores podem ter bebido 600 mil litros de leite contaminado
Ministério da Agricultura identifica 28 mil litros de leite adulterado
Leite proibido foi servido a crianças em abrigos do Estado
Como fiscalizar o leite
Ministério Público deverá responsabilizar indústrias em adulteração de leite
Descontrole predomina no transporte de leite no Estado
De acordo com especialistas, a falta de fiscalização pode ter facilitado a ocorrência de fraudes no Rio Grande do Sul, apresentadas pela operação Leite Compen$ado, do Ministério Público no Estado, que na quarta-feira revelou um esquema no qual transportadores adicionavam