Artigo e conceituação do sujeito
Embora não pareça, a definição de sujeito apresenta algumas dificuldades quando se procura um estudo mais aprofundado dos fenômenos sintáticos. Diante disso, procurei fazer um apanhado da literatura a respeito desse termo de acordo com os estudos tradicionais e com alguns autores que não trabalham segundo essa linha, embora se perceba também neles aspectos ditados pela linha tradicional. Da abordagem estritamente formal à consideração envolvendo algum aspecto semântico, esbarramos na falta de completude das definições, algo que dificulta a reflexão.
Celso Cunha e Lindley Cintra (2007) têm uma visão bem tradicional de sujeito, apresentando-o, assim como o predicado, como termo essencial da oração.
O sujeito é visto como “o ser sobre o qual se faz uma declaração” (p. 136). O sujeito pode ser representado, na 1a e na 2a pessoa pelos pronomes pessoais eu e tu, no singular, e por nós e vós (ou combinações equivalentes: tu e ele, eu e tu...) no plural. Os sujeitos de 3a pessoa podem ter como núcleo (Ibid., p. 138 – 140):
a) um substantivo: Matilde entendia isso. (p. 138)
b) os pronomes pessoais ele, ela (singular); eles, elas (plural): Estavam de braços dados, ele arrumava a gravata, ela ajeitava o chapéu. (p. 139)
c) um pronome demonstrativo, relativo, interrogativo, ou indefinido: Tudo parara ao redor de nós. (p. 139)
d) um numeral: Os dois riram-se satisfeitos. (p. 139)
e) uma palavra ou uma expressão substantivada: O por fazer é só com Deus. (p. 139)
f) uma oração substantiva subjetiva: Era forçoso que fosse assim. (p. 140)
As definições de sujeito
Os autores delineiam quatro classificações para o sujeito e trabalham a noção de orações sem sujeito. São propostas as seguintes classificações (Ibid., p. 140 – 144):
1) Sujeito simples: possui um só núcleo; o verbo se refere a um substantivo, a um pronome, a