Artigo maria pena
É bem verdade que o Brasil está mais preparado para enfrentar as crises internacionais, como o fez em 2008, mas ninguém passa incólume a uma depressão mundial, pois as economias estão todas interligadas e já não existem ilhas de prosperidade. A ameaça de tempos negros pela frente, aliás, seria uma oportunidade para o governo brasileiro intervir ainda mais na economia, com medidas monetárias, como a redução da exagerada taxa de juros e o controle dos fluxos de capital.
Mesmo sem lançar mão de todos os recursos de que dispõe, o Brasil vai fazendo o que lhe cabe, sem vergonha da intervenção estatal, justamente para evitar o conto neoliberal que levou o mundo ao desastre que estamos presenciando. Já foi assim em 2008, quando os bancos públicos mantiveram o crédito irrigado diante do recuo da banca privada, cujas preocupações não vão além dos balancetes e ficam distantes das necessidades do país.
Não é mais possível aceitar o receituário de aperto fiscal, pois a lógica neoliberal se revelou insustentável e está fazendo água por todos os lados. A liberdade total aos mercados e completa desregulamentação financeira não propiciou os ganhos que prometia, a não ser para as raposas que tomaram conta do galinheiro. Estas comeram a se fartar até que acabaram as galinhas. O modelo era tão voraz que não se preocupava nem com o seu próprio futuro.
O problema maior é que o comando da situação continua com os mesmos atores. A crise de 2008 não os tirou de cena. Ao contrário, foram socorridos com dinheiro público e continuam dando as cartas. A Standard & Poors rebaixou as notas