Artigo Filme Entre Os Muros Da Escola

O filme “Entre os muros da escola” aborda o cotidiano de professores e alunos em uma escola pública da periferia francesa, um ambiente diversificado no que se refere aos alunos, que são oriundos de diferentes grupos étnicos e diversos continentes, onde é perceptível a disseminação do preconceito e de diversas outras mazelas características da contemporaneidade. Nesse contexto, a película busca retratar, principalmente, os desafios diários que são colocados para os professores diante de tanta desigualdade e da indiferença de alguns profissionais mediante a precarização do ensino. Sendo assim, o filme focaliza a realidade do professor François Marin, que é um profissional comprometido com a educação dos seus alunos e que busca, a todo o momento, contribuir de forma contundente com a formação desses adolescentes, mas que esbarra, muitas vezes, na hierarquia e na burocracia da instituição em que trabalha.
Existe no campo da sociologia da educação, uma forte crítica em relação a esses paradigmas , questiona-se o caráter meritocrático da educação, dado o adensamento da população escolar no mundo ocidental a partir da segunda metade do século passado. Esse adensamento, na verdade, representa a entrada maciça das classes trabalhadoras na educação formal, de acordo com a definição de que a igualdade de oportunidades supõe a igualdade de acesso. A expansão do ensino a “todos” instauraria aí o regime de livre competição, no qual se sobressaem, naturalmente, os melhores.
Esse modelo, entretanto, gerou decepção, já que constatou-se que as desigualdades sociais são elemento fundamental na definição de desigualdades escolares. Na maioria dos casos, a “escola para todos” confirma as desigualdades sociais, funcionando mais como um elemento de reprodução do que como ferramenta de produção de justiça social. O crescimento da população escolar, e também a expansão da escolaridade mínima obrigatória, definem uma segunda questão, que se coloca à escola contemporânea: como o ensino